Ainda no hype do Dia das Mulheres, vamos falar da presença feminina no mercado. E quando o assunto é a mulher no mercado de trabalho, é impossível fechar os olhos para a desigualdade de gênero.
Mesmo que a presença da mulher dentro de empresas nunca foi de tanto destaque como tem sido hoje, não há tantos motivos para comemorar, como gostariam. Embora a presença feminina tenha crescido, é raro ver a mulher ocupando um cargo de liderança.
Segundo o relatório “Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências para Mulheres 2018”, a taxa global de participação das mulheres no mercado de trabalho ficou em 48,5% em 2018, 26,5% abaixo da taxa dos homens. Sem contar que a taxa de desemprego das mulheres ficou em 6% maior que a dos homens em 2018.
Há quem diga o contrário, mas as estatísticas estão aí para provar e reforçar que a desigualdade de gênero infelizmente ainda existe, e nós devemos falar sobre ela sim!
Vamos mergulhar mais no assunto? Boa leitura!
Como era o trabalho da mulher antigamente?
Não é novidade para ninguém que o mercado sempre foi escasso quando o assunto é mulheres, grande parte delas ainda trabalham em ambientes machistas.
Durante anos e anos, suas funções se limitavam apenas em cuidar da casa e da família, e quando digo marido me refiro à marido e filhos. Mas por que cuidar do marido? Antigamente o homem era visto como o provedor do lar e sua esposa deveria exclusivamente servi-lo, seja em afazeres domésticos ou até satisfação de prazeres.
Com a Revolução Industrial, mais precisamente na segunda metade do século 18, o cenário começou a mudar. Seria essa a época em que as mulheres deixariam de ser vistas apenas como donas de casa e esposas?
A expansão das indústrias aumentou a necessidade de mão de obra. Isso foi visto pelas mulheres como uma oportunidade de inserção no mercado, só não sabiam que seriam uma mão de obra barata.
Com o emprego veio a dupla jornada, mulheres que trabalhavam duro nas empresas em condições extremamente precárias ainda tinham de realizar os afazeres domésticos ao retornar para casa.
E mulheres com filhos, tinham as mesmas oportunidades? Nem pensar! Eram vistas como prejuízo para as empresas.
Mesmo com todos os impasses, a inserção da figura feminina dentro das indústrias foi extremamente árdua, por outro lado contribuiu de forma homogênea para a emancipação da figura feminina e a conquista do acesso à educação formal.
A mulher no mercado atual
Ao longo dos últimos anos, é visível que existe um progresso comparado ao período que antecede a Revolução Industrial. Além disso, a desigualdade ainda persiste e nós precisamos colocar este assunto em questão, reivindicando sempre a igualdade de gênero.
Hoje, mesmo com a inserção das mulheres dentro das empresas, ainda vemos uma grande diferença em oportunidades e qualidade de emprego. Principalmente quando o assunto são os cargos de liderança, como citamos no início do artigo, é raro ver representatividade feminina em cargos gerenciais, elas ocupam 39,1% dos mesmos.
Salários, formalização e carga horária são alguns dos elementos que ainda sim continuam desiguais entre o homem e a mulher no âmbito profissional. Segundo a pesquisa sobre estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil do IBGE, as mulheres trabalham cerca de 3 horas a mais por semana do que os homens, isso considerando as atividades domésticas, além do trabalho remunerado.
Ainda existe uma diferença gritante quando falamos de remuneração. Mesmo com o nível educacional superior, elas ainda ganham cerca de 76,5% do que os homens ganham.
O IBGE ainda levantou uma estimativa do rendimento mensal de cada um. Enquanto a mulher ganha em torno de R$1.764, os homens são remunerados com um valor de R$2.306, uma diferença bem significativa nos dias de hoje, mesmo com todas as lutas de reivindicações das mulheres no decorrer das décadas.
E quando falamos de trabalho doméstico, você consegue imaginar qual é o tempo gasto por elas? Para a maioria ainda não existe a divisão dos afazeres domésticos, sendo dedicado 18 horas por semana, somente pelas mulheres. Ou seja, temos aí uma carga de 73% maior que a masculina.
Precisamos transformar
Tudo está ligado ao modo estrutural da sociedade século após século. Sabemos que não é fácil mudar comportamentos intrínsecos na sociedade, mas a mulher deve ser reconhecida por suas competências.
A transformação precisa começar! O Dia da Mulher não é apenas um dia para ser comemorado, mas sim para ressignificar toda sua trajetória durante décadas lutando por seus direitos. Gostou do nosso conteúdo? Em nosso blog você pode ler a trajetória da mulher e o “ser” na sociedade. Um artigo onde abordamos a temática: o que é ser mulher? Incluindo mulheres trans e travestis.