Primeiro, antes de começarmos esse singelo artigo sobre uma das datas mais importantes da História, devo lhe perguntar: O que é ser mulher para você?
“Não se nasce mulher. Torna-se mulher”.
Simone de Beauvoir.
E quando falamos de mulher, estamos falando de TODAS, sem exceção, aqui se enquadram cisgênero, transgêneros e travestis que se identificam com o feminino.
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que é celebrado dia 8 de março, preparamos este artigo para falar um pouco mais sobre a construção social da mulher, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho e a falta de inclusão de mulheres transgêneros e travestis, que são marginalizadas pela sociedade patriarcal em que vivemos até hoje.
O papel da mulher na sociedade histórico-social
Ao longo de boa parte da história, homens e mulheres desempenhavam papéis sociais muito diferentes. Eram vistas apenas como donas de casa, e o mercado de trabalho oferecia condições precárias para as mesmas.
De acordo com a tradição ocidental, judaico-cristã, a mulher foi considerada o sexo frágil. O homem, seja ele pai, marido ou irmão mais velho, deveria portanto protegê-la.
A Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo trouxe consigo a opressão e a exploração da figura feminina, além disso, as mulheres eram totalmente invisíveis e nulas diante todo âmbito social.
A origem do Dia Internacional da Mulher
Diferente do que muitos pensam, a data não é apenas para homenagear as mulheres, mas sim para reivindicar a igualdade de gênero com raízes históricas profundas, onde mulheres tiveram um papel social importantíssimo para conquistar os direitos básicos que temos hoje, inclusive o direito ao voto.
A data foi oficializada em 1975, para ser relembrado as conquistas políticas e sociais da mulher, que dentro do movimento socialista, passou anos na luta pelos seus direitos, reivindicando melhorias nas condições de trabalho e social.
A construção social da mulher nos dias atuais
Como citamos no começo, quando falamos a palavra “mulher”, estamos falando como um todo. Segundo Simone Beauvoir:
“Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”.
De forma mais clara, ser homem ou mulher é algo performático e social, ao contrário do biologicamente dito, mulher não é apenas aquela que nasce com a genitália, tudo depende de sua construção social.
Mercado de trabalho: mulher, transexuais e travestis
Em pleno século XXI, a desigualdade de gênero no âmbito empresarial ainda é algo pertinente e cria vários obstáculos para as mulheres no mercado de trabalho.
Um bom exemplo que podemos citar é a questão salarial, segundo um levantamento do IBGE, as mulheres ganham cerca de 20,5% a menos que os homens no país. Outra questão é a quantidade de mulheres que compõe uma equipe e até a quantidade de mulheres que lideram uma equipe, a maioria das vezes é inferior comparado com a presença masculina.
Outro ponto que devemos salientar é o assédio dentro das empresas. Isso acontece quando há exposição da vítima a situações humilhantes e constrangedoras. Segundo uma pesquisa da Talenses, consultoria de recrutamento executivo, revela que 34% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho.
Se para a mulher cis as condições de trabalho ainda é desigual, para as mulheres transgêneros e travestis a opção de ter um trabalho é quase nula. A falta de oportunidade devido ao preconceito as levam a marginalização, trabalhos precários e às vezes até a prostituição.
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), com base em dados colhidos nas diversas regionais da entidade, aponta que 90% das pessoas trans recorrem a essa profissão ao menos em algum momento da vida, ou seja, 10% dessa população consegue uma oportunidade no mercado de trabalho.
Agora, como solucionar a desigualdade de gênero?
Programas de inclusão dentro de empresas são de extrema importância para garantir um posicionamento de marca. Mais importante ainda é a equipe saber lidar com mulheres trans e travestis, respeitando seu pronome, nunca as chamando pelo seu nome social.
Em um processo seletivo, é importante ter em mente que esse é o momento da mudança. É agora que você deve trazer mais diversidade para o seu time.
Mas lembre-se, você deve abraçar essa causa de maneira natural para não cair no oportunismo.
Dê mais chances para as mulheres!
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